É verdade! O Senhor ressuscitou! E vocês são testemunhas dessas coisas!

Lembro-me da interrupção de uma viagem em família e a volta às pressas para o sepultamento do meu avô materno, com quem tinha maior intimidade dentre os avós. Lembro-me da visita que fiz à mãe de um bom amigo, que morrera semanas antes em um acidente. Lembro-me de como chorou novamente a dor da partida de seu filho tão jovem, em nosso encontro. Lembro-me da viagem às pressas para Olinda, para o sepultamento do amigo Bispo Robson Cavalcanti, assassinado de forma tão trágica, junto com sua esposa, dentro da sua própria casa, por um tresloucado. Lembro-me da consternação geral das centenas de pessoas presentes e do choro das mulheres amigas da Miriam, ante a despedida inesperada e precoce.
A morte, geralmente inesperada, sempre fora de hora para os que ficam, marca essa separação de pessoas queridas, as quais ainda queríamos que estivessem conosco. Fomos criados à imagem e semelhança do Eterno. Viemos à vida pelo seu sopro de vida. Nosso DNA é de vida, de eternidade, de matéria vivificada pelo Espírito. A morte é negação à vida, manifestação de um limite imposto, que nos avilta e nos remete à condição da separação trazida pela queda de nossos primeiros pais.
O relato evangélico sobre aqueles seguidores de Jesus, a caminho de sua casa, na Aldeia de Emaús, remete aos sentimentos de pesar face à morte. Percorrendo a pé, no fim da tarde, aqueles 11 ou 12 quilômetros de estrada, eles discorriam sobre a morte do Mestre querido. “Ele era um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo. Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram; e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel.” (Lc. 24.19-21) Por isso estavam com “os rostos entristecidos”.
Ao compartilhar de sua tristeza com aquele aparente desconhecido que se pusera a caminhar com eles, sentiam seus corações arder. A tristeza ia dando lugar à alegria, o abatimento ao conforto, a notícia de morte à presença do ressuscitado. E quando, finalmente, Jesus manifesta sua presença viva entre eles, no partir o pão e dar graças, eles “se levantaram e voltaram imediatamente para Jerusalém”. Não importava todo desgaste daqueles dias, nem o cansaço da caminhada no fim daquele dia, da noite que ia chegando, eles precisavam levar a notícia: “É verdade! O Senhor ressuscitou!”
E reunidos com a comunidade de fé, recebem a visita do ressuscitado, que traz significado sobre todos os acontecimentos que testemunharam desde a sexta-feira até a manhã de domingo. “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vocês são testemunhas destas coisas. Eu lhes envio a promessa de meu Pai; (...)” (Lc. 24.46-49)
Nossa fé não é vã. Não é vã nossa pregação e nem nossa esperança. Sigamos juntos!
Brasil, 30 de março de 2018
Aliança Cristã Evangélica Brasileira,
por seu Conselho Gestor