A Asamblea General 2024 da Alianza Evangelica Latina (Assembleia Geral da Aliança Evangélica Latina) ocorreu entre os dias 14 e 17 de outubro, nas cercanias de Quito, capital equatoriana. As reuniões ocorreram nas agradáveis dependências do SemSud, Seminário Sudamericano, administrado pela Igreja de Deus. Participaram vinte presidentes ou representantes de alianças nacionais e membros das comissões de trabalho da AEL e outros colaboradores.
As atividades da AEL foram apreciadas por meio de relatórios do presidente e do secretário executivo e observou-se o gradual desenvolvimento e o aumento da relevância e conscientização para o trabalho cooperativo entre as alianças nacionais. O desafio da sustentabilidade econômica parece ser geral. Uma obra de fé.
Houve momentos devocionais inspiradores e partilha de experiências. Uma carinhosa homenagem e reconhecimento ao veterano presidente da Confraternidad Evangelica Ecuatoriana, pastor Estualdo López. Muita gratidão, amizade, respeito e a construção de um espírito fraterno entre lideranças representativas da igreja na América Latina.
A Aliança Latina é uma organização nova e em franco desenvolvimento. Como as crianças de seis a dez anos, a AEL e nós da Aliança temos as dores do crescimento. A assembleia geral demonstrou o senso de unidade, mas também o desafio da diversidade cultural da igreja evangélica espalhada no continente latino-americano. Outro fator, as diferentes “culturas” administrativas: umas mais personalistas e verticalizadas, distintas da nossa experiência brasileira, uma Aliança com gestão horizontalizada. Evidenciou-se que temas como diálogo inter-religioso ou mesmo com o segmento católico romano ainda não são consensuais dada a experiência histórica nos diferentes países.
Outro tema importante foi a ameaça à liberdade religiosa particularmente na Nicarágua. Salientou-se também as medidas de combate á lavagem de dinheiro empreendidas em diferentes países podem trazer às igrejas embaraço na forma de arrecadação de ofertas, exigindo delas maior controle e transparência. Em princípio, medidas salutares, mas considerado o grande número de igrejas com baixo grau de institucionalização e precariedade organizacional, alguns líderes nacionais apresentaram sua apreensão.
A mim foi gratificante praticar meu portunhol, fazer novos amigos e deixar de alguma forma apontamentos, sugestões e contribuir para a reflexão bíblica e teológica, para a análise de contexto e cenários que se apresentam para a igreja de Jesus Cristo. Creio que nossos irmãos que falam um idioma parecido com o nosso, e comungam a mesma fé e ardor pela evangelização, esperam de nós, lusófonos, cada vez mais aproximação e parcerias para o crescimento da causa do evangelho. Aliás foi o que disse a eles e agora compartilho com vocês, leitores: a causa que move a Aliança Evangélica Latina não pode ser os evangélicos, mas “o evangelho”. Somos uma parte do corpo de Cristo, e não a totalidade dele. A visão de uma árvore frondosa que cobre a terra foi o sonho de Nabucodonosor (Dn 4). Nossa percepção deve ser a de Jesus conforme Jo 15. Ele é a videira, e nós os ramos.
Grato pela oportunidade de servir.
José Carlos da Silva – Membro do Conselho Gestor