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Oitava edição do Fórum Refugiados reflete sobre acolhimento e apoio a migrantes e refugiados no Brasil

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Por Ariane Gomes | Publicado originalmente em Editora Ultimato

Entre os dias 29 e 31 de agosto, mais de cem pessoas se reuniram em São Paulo, SP, para a oitava edição do Fórum Refugiados. Desta vez, com o tema “Esperança que nos move”, o evento, organizado pela Associação Casa, desafiou e encorajou toda iniciativa e trabalho com refugiados a colocar “a sua esperança no Senhor” (Sl 131.3).

Vindos de diferentes partes do Brasil e do exterior (Angola, Argentina, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Inglaterra, Irã Itália, Panamá, Suécia e Venezuela), os participantes compartilharam momentos devocionais, palestras, mesas redondas e pequenos grupos em que puderam ouvir e falar de experiências de acolhimento e de apoio a refugiados, especialmente no Brasil.

Um diferencial desta edição do Fórum foi o oferecimento de mais tempo para interação e troca de ideias. Os pequenos grupos temáticos e os momentos de café garantiram que participantes pudessem ampliar sua rede de contatos e expressar conquistas e desafios, dúvidas e aprendizados no caminho do convívio e da assistência ao migrante.

Entre os participantes, 75% deles atuam diretamente com refugiados e migrantes e as mulheres se destacam neste trabalho representando 63% desse grupo.


Jovens também se envolvem com a causa de refugiados e migrantes
Quem esteve no Fórum notou a participação expressiva de jovens. Eles estavam na organização do evento, entre os palestrantes, expositores, artistas, músicos, tradutores, e alguns formavam o grupo do Programa Jovens Líderes.

Idealizado pela Associação Casa e contando com o apoio da Mesa Global (organização que trabalha para unir esforços globais em prol da missão de Deus), este Programa tem por objetivo de oferecer a jovens cristãos de 18 a 30 anos uma formação abrangente sobre questões de migração e refúgio e incentivar o engajamento social e a participação ativa em redes de apoio aos refugiados e migrantes e participar do Fórum como bolsistas.

Os dez jovens participantes da edição do Programa em 2024 iniciaram a reflexão sobre temas fundamentais sobre migração e refúgio em junho com encontros virtuais nos quais refletiram sobre questões legais, integração social, direitos humanos, além de ouvirem relatos de migrantes e refugiados.

Um dos momentos especiais do Encontro foi a oração conduzida pelos pastores Weliton Pereira (Visão Mundial) e Richard Serrano (Tearfund), junto com cinco jovens venezuelanos, em favor de suas famílias, igreja, trabalho e para que sua esperança pela restauração de seu país não desfaleça.


Não é possível encarnar-se sem dialogar
Para oferecer uma colaboração de qualidade, consciente e abrangente ao migrante e ao refugiado é preciso dispor-se a conhecer o que outras organizações – religiosas ou não – já estão fazendo. Envolver-se implica informar-se, ouvir e dialogar.

Considerando isso, o Fórum ofereceu espaços para representantes de diversas esferas da sociedade contarem o trabalho que realizam. Teólogos, missionários, especialistas no combate ao tráfico de pessoas das polícias brasileira e norte-americana, representantes do ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), ajudaram a refletir sobre o que a Bíblia diz, o papel do cristão e da igreja, o papel de órgãos especializados e a importância do trabalho conjunto e da responsabilidade ética no acolhimento e apoio aos refugiados

Igrejas e organizações cristãs brasileiras, como a Rede Refúgio da Igreja Presbiteriana Independente de São José do Rio Preto, a Panahgah e a Vila Minha Pátria compartilharam boas práticas e protocolos de acolhimento de migrantes e refugiados adotados em suas organizações, oferecendo ideias para que outras entidades realizar um trabalho saudável em todos os aspectos.


Da Bíblia à ação e, depois, à Bíblia novamente
Em uma de suas participações, Valdir Steuernagel, pastor e colunista da Ultimato, compartilhou sobre a beleza do movimento que o Fórum proporcionou.

De manhãzinha, partindo da Bíblia, cada participante é convidado a refletir, adorar e orar. Em seguida, ouvindo a experiência da missão – e quantos missionários transculturais que voltando ao Brasil partilham com alegria sua vivência com gente de fora! – são desafiados a refletir sobre o que é ser migrante, refugiado, o que é viver numa terra estranha. Devagar, soma-se ao movimento, a disponibilidade para uma conversa com a sociedade civil, com a polícia, o vereador, o prefeito e o aprendizado da complexidade que é acolher e escolher com quem caminhar. Quase terminando, o movimento permite a consciência de si (que bom saber que o Brasil é considerado um país modelo em termos de acolhimento) e o abrir das portas da igreja para o serviço sacrificial – o trabalho com migrantes e refugiados é complexo, um grande desafio. E, por fim, o retorno à Bíblia, ao louvor e à oração – uma súplica pela bênção de Deus aos que dizem “sim”.


A esperança na comunhão
Uma das últimas palestras, oferecida por Gordon Showell-Rogers, lembrou que há 117 milhões de pessoas em situação de deslocamento forçado no mundo: “uma pessoa atrás de cada número”. Pessoas de diferentes países e contextos que têm histórias, família, profissão, sonham, sentem medo, enfrentam dificuldades e situações extremas em busca de um lugar de refúgio.

O extraordinário, segundo Rogers, é que enquanto caminham e esperam, essas pessoas se encontram com cristãos dispostos a acompanhá-los, apoiá-los e encorajá-los, e alguns desses cristãos foram reunidos naqueles dias por meio do Fórum. Para ele, uma das iniciativas mais importantes para o fortalecimento desse pequeno grupo é cultivar a esperança na comunhão por meio da oração. Orações que sejam uma forma de serviço aos migrantes, aos refugiados e a todo o mundo.


Ariane Gomes: Ariane Gomes atua como coordenadora de produção de Ultimato e gestora de conteúdo do Portal Ultimato.

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