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Aliança Evangélica quer preparar igrejas para responderem a desastres e emergências

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Ondas de calor, secas extremas, enchentes, perda de produtividade humana e agrícola e deslocamentos humanos forçados. O impacto das mudanças climáticas no mundo é abrangente e preocupante. Segundo o pesquisador Paulo Artaxo, um dos autores do 6º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), o Brasil não está preparado para lidar com os impactos da crise do clima. O relatório do IPCC alerta que a Amazônia e o Nordeste brasileiro são altamente vulneráveis às mudanças climáticas. Artaxo destaca: “Outros eventos climáticos extremos não são possíveis, são uma certeza. […] o clima está indo para uma direção de eventos extremos cada vez mais fortes”.[i]

Desde dezembro de 2021, fortes chuvas pelo país provocaram inundações, deslizamentos de terras e perdas humanas e materiais de grandes proporções. Frente a esse cenário, diversas igrejas e organizações cristãs, mobilizadas pela Aliança Evangélica Brasileira, tem atuado em alguns dos episódios mais críticos pelos quais o Brasil tem passado, desde a crise dos refugiados venezuelanos, os picos da pandemia do novo coronavírus e as chuvas na Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Programa de Respostas em Desastres e Emergências Humanas

Movida pelo propósito de “fomentar a unidade cristã, estimular parcerias a serviço da Missão de Deus e ser voz profética para o Brasil”, a Aliança acredita que ação da Igreja e de organizações cristãs em situação de desastres é essencial, por uma série de fatores: possuem capilaridade e estão presentes em muitos locais onde os desastres acontecem; podem responder de forma mais imediata, antes mesmo de organizações humanitárias ou governamentais; dispõem de recursos que podem ser usados para socorrer as pessoas; conhecem as dores e os sofrimentos da população e são motivadas pelo evangelho a responder com amor e compaixão; entre outros.

Nessa perspectiva, nasce a Aliança pela Vida, o Programa de Respostas em Desastres e Emergências Humanas da Aliança Evangélica Brasileira, cujo objetivo é apresentar um modelo de respostas rápidas e relevantes que possa ser aplicado em situações de emergência advindas de desastres causados por catástrofes ambientais, epidemias, crises envolvendo deslocamentos humanos (refugiados) ou colapsos observados em zonas de pobreza estrutural.

O programa está sendo construído baseado em critérios estabelecidos pela Secretaria Nacional de Defesa Civil do Brasil, conteúdos acadêmicos, teóricos e empíricos, modelos utilizados no mundo em situações análogas, e a partir de experiências de intervenção direta desenvolvidas pela Aliança Evangélica em quatro ocasiões distintas: o acolhimento de refugiados venezuelanos em Roraima, em 2018, a atuação na região amazônica durante o primeiro período da pandemia; e as respostas emergenciais aplicadas às tragédias ocasionadas pelas fortes chuvas na Bahia, em Petrópolis (RJ) e Recife (PE).

Com foco prioritário na pessoa, família ou grupo que se encontre em situação de vulnerabilidade causada por eventos adversos, o programa não pretende substituir os mecanismos do Estado, mas sim colaborar com o que se espera do poder público. O modelo de ações abrange etapas de preparo e prevenção, resposta na fase aguda e pós-emergência, com auxílio no reequipamento material, na reconstrução de vida e na continuidade de acolhimento emocional para as pessoas afetadas, especialmente crianças e adolescentes.

O modelo de ações de programa tem ênfase no voluntariado e no protagonismo das igrejas e organizações baseadas na fé (OBFs). Também prevê parcerias com o poder público, organizações da sociedade civil (OSCs) nacionais e internacionais, lideranças formais e informais da sociedade civil e iniciativa privada.

A Aliança Evangélica Brasileira acredita que as ações do Aliança pela Vida serão formas de demonstrar o amor de Deus ao próximo que se encontra em situação de extrema vulnerabilidade, por circunstâncias aleatórias à sua vontade. Também há o duplo propósito de desenvolver, por meio da ação voluntária, maior aplicabilidade do evangelho no mundo e gerar encontros – encontros entre os diversos atores envolvidos nas ações e encontros de todos com o amor de Deus, redescobrindo que “onde o pão é repartido, Jesus é reconhecido”, como experimentaram os discípulos no caminho de Emaús.

***

Por Phelipe Reisjornalista e assessor de conteúdo para a Aliança Evangélica.

[i] https://climainfo.org.br/2022/06/02/nordeste-perdeu-r-3-bilhoes-com-chuvas-extremas-em-apenas-6-meses/

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Comments (1)

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